quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Projecto Seda

Ok, pronto,

Bom Ano a todos!

Mentalizem-se que vai ser uma ano muito parecido com os anteriores! Já não tenho pachorra para desejos ou pedidos do costume! A unica coisa que vai mesmo ser diferente é o facto do Benfica se tornar campeão este ano, com 15 pontos de avanço do segundo e a 40 do Sporting, e as vitórias perdurarem, durante os proximos 300 anos! Mas esta é uma previsão normal e pouco supreendente!

O que vos trago hoje é uma paixão nova: Projecto Seda!

É um novo som! Sou mesmo fã! Gosto de musica portuguesa, gosto de musica dos anos 80 e adoro estas covers que eles resolveram fazer!

O CD é simplista, como tem de ser, mas chega-nos ao ouvido com uma melodia adoravel que se ouve muito bem mesmo! Deixo-vos com o texto do João Gobern na apresentação do CD e com uma reportagem feita com eles.

Comprem o CD, vale apena!

"MUDAR DE CASA por João Gobern

Todas as canções que aqui reencontramos já conquistaram, há muito, a eternidade pop – todas foram êxitos, de vendas, de rádio, de concertos, de culto. E todas, sem excepção, nos remetem para as aventuras que vivemos enquanto as cantávamos, sempre convictos, sempre ingénuos. Numa época em que a música pop aprendia a andar depois de décadas de sufoco serôdio e cómodo. Ou noutro ciclo, em que foi preciso reconquistar adeptos, depois de nos terem vendido gato por lebre, matando a galinha dos ovos de ouro. Tudo era rápido, tudo tinha ainda uma capa de resistência etária, cultural, política: enquanto o país “normalizava”, a revolução passava a viver-se na Música, a que hoje se chamaria “de proximidade” ou “de identificação”. De resto, a intensidade só é irrepetível porque tudo era novo, virgem, radical, absoluto. E, se outros feitos não deixa esta geração (a minha geração), o legado de propostas sonoras ainda não esgotou o prazo de validade: aquilo que eram focos de combate, até em defesa de uma linguagem que aqueles que vieram antes viram ser-lhes negada, hoje estas cantigas são hinos ainda carregados de argumentos para contagiar, ainda incendiários ou sedutores, ainda agentes provocadores ou retratos íntimos. Mas nítidos e sem idade para a reforma.
Agora, há a plena legitimidade de que outros venham pegar-lhes ao colo e os façam crescer noutras direcções: uma das batalhas ganhas pela pop é esta abertura militante a novas leituras, novos arranjos, novos sentidos. Nada apaga o que ficou dito – pode é haver algo a acrescentar, renovados códigos de acesso, diferentes chaves para chegar aos tesouros.
Há quem defenda que as pessoas só gostam do que já conhecem. Por mim, prefiro dizer que não há limites para o conhecimento, que se abre voluntariamente a novas pontuações e a outros adjectivos. Quem muda de casa, não deixa de ser quem é. Até porque, com a elegância e o carinho aqui postos em campo, a alma não se perde. Pelo contrário: fica a ganhar – e muito – com o toque da Seda.

João Gobern
Outubro de 2009"

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