domingo, 4 de outubro de 2009

Suporte Basico de Vida

A morte é inevitável.
O que não é inevitável é morrer porque estamos rodeados de ignorância! Não, não são ignorantes, é mesmo de ignorância que falo! Há coisas que nos preocupamos em saber todos os dias e que nada nos tornam melhores. Não que tenhamos a obrigação de saber tudo e mais alguma coisa, ou mesmo que devemos saber mais todos os dias! Simplesmente podemos ter o direito de não querer saber nada acerca de uma serie de assuntos! Eu não quero saber nada sobre imensos assuntos!
Mas para mim, e para mais uns poucos (e que pena que são poucos), o SBV (Suporte Básico de Vida) devia ser informação basica nas Escolas e nos Empregos! Demora 2 horas a perceber, executar e treinar e ficamos com a informação vital para segurar uma vida deste lado da fronteira! 2 horas!!!!!! Quanto tempo demorámos a tentar perceber a ultima convocatória do Carlos Queiroz?

O SBV é o segundo elo da cadeia de sobrevivência. A sua função essencial na reanimação é a de ganhar tempo no sentido de maximizar as restantes intervenções/tratamentos. Contudo, quando a causa da PCR (Paragem Cardio Respiratória) é essencialmente relacionada com a via aérea (traumatizado, afogado, engasgamento, etc...) o SBV pode ser suficiente para salvar a vida. Esta possibilidade é tanto mais provável quanto mais precoce e correcta for a intervenção.

Deve-se acima de tudo perceber que os alvos da formação do SBV devem ser os cidadãos comuns, pois são quem tem maior probabilidade de se confrontar com uma vítima aparentemente inconsciente, competindo-lhes verificar se está inconsciente, se respira e se tem sinais de circulação. Se o fizerem correctamente devem pedir ajuda em função do diagnóstico feito. Enquanto chega a ajuda o SBV correctamente executado pode contribuir para salvar a vida dessa vítima.

O SBV tem por objectivo manter a ventilação e a circulação suficientes até conseguir meios para reverter a causa da paragem. É uma “situação de suporte”, embora em certas ocasiões, como quando a patologia primária é falência respiratória, pode por si só reverter a causa (hipoventilação/hipóxia) e permitir a recuperação total. Se a falência circulatória durar mais de 3-4 minutos (ou ainda menos se o doente já está hipoxémico), o dano cerebral pode ser irrecuperável e é por isso que o atraso em iniciar SBV limita as hipóteses de sucesso. Nunca é demais realçar a importância de iniciar precocemente o suporte básico de vida.
Avaliação

1. Verificar as condições de segurança para ti e para a vítima
2. Verificar se a vítima responde: “Está bem? / Sente-se bem?”

Se a vítima se move ou se verbaliza:
- Deixa-a na posição em que foi encontrada
- Reavalia-a periodicamente.
-112
Se a vítima não responde (inconsciente)
- Pede ajuda (telefona, grita se necessário, …) mas não abandones a vítima neste momento
- Mantem a via aérea (boca, garganta) desobstruida, com hiperextensão da cabeça e elevação do queixo

Se estiver Inconsciente

1. Mantem a vítima na posição em que foi encontrada
2. Ver, Ouvir e Sentir (VOS) a respiração
-Vê os movimentos do tórax da vítima;
-Ouve os sons respiratórios junto da boca da vítima;
-Sente o ar da vitima na tua face;
3. Demora 10 segundos a executar o VOS e depois disso conclui que ela respira ou não!

Se a vítima respira (mais do que um “gasping ocasional”)
- coloca-a em posição lateral de segurança (PLS)
- 112

Se Não Respira

1. Manda pedir ajuda e se estiveres só abandonar a vítima para ir pedir ajuda (112)
2. Volta para junto da vítima e inicia a ventilação
Faz duas insuflações com ar expirado:
- Assegura-te que a cabeça está em extensão e o queixo levantado;
- Fecha o nariz apertando as asas entre o polegar e o indicador; Inspira profundamente; Coloca os lábios à volta da boca da vítima, certifica-te de que não há fuga de ar; Sopra para o interior da boca da vitima, verificando se o tórax expande. A insuflação completa deve demorar cerca de 1,5 a 2 segundos; Mantem a cabeça em extensão e o queixo levantado afastar a boca da vítima para permitir a saída do ar; Inspira profundamente e repete a sequência. Se tiveres dificuldade em ventilar confirma se a cabeça está na posição recomendada e verifica se há corpos estranhos na via aérea; Deves fazer até cinco tentativas para conseguir duas ventilações eficazes da vítima; Se não conseguires, e ela não respira por si, pesquisa sinais de circulação.
Pesquisar sinais de circulação:

- Pesquisa movimentos, incluindo movimentos de deglutição ou de ventilação;
- Verifica o pulso carotídeo demorando até de 10 seg. se necessário (caso não se palpe pulso)

Se há sinais de circulação

- Continua a ventilar até a vítima conseguir respirar sem ajuda.

- Reavalia a situação ao fim de cada minuto, pesquisando a presença de sinais de circulação, sem demorar mais de 10 seg.

- Pede ajuda (112)

- Reavalia periodicamente a respiração e a circulação preparando-te para retomar a posição
inicial e recomeçar o SBV se tal for necessário
Se Não há Sinal de Circulação (Pulso)

Inicia compressões torácicas:

- Coloca a primeira mão na linha média entre os dois mamilos da Vítima (ou seja, 2 a 3 dedos acima do fundo do esterno, que é o osso que temos no peito e que faz a "união" entre as costelas);
- Coloca a base da outra mão sobre a primeira e entrelaçar os dedos das duas mãos para assegurar que a pressão não é exercida sobre as costelas. Não exercer pressão sobre o abdómen ou sobre o apêndice xifóide. Debruçar-se sobre a vítima, com os braços bem esticados, exercendo pressão sobre o esterno e provocando uma depressão de 4-5 centímetros;
- Liberta a pressão e repete a manobra a um ritmo de aproximadamente 100 compressões
por minuto; a compressão e relaxamento devem ter a mesma duração.
- Depois de 30 compressões, faz 2 insuflações! Após as 2 insuflações, continuas com mais 30 compressões! 30-2-30-2-30 etc...
Se por algum motivo tiveres de parar de fazer as manobras, fá-lo nunca por mais de 60 segundos seguidos!
As manobras uma vez iniciadas devem continuar até que:
- A vítima recupere,
- Chegue ajuda
- Tu estiveres exausto

Para Reflectir:

A paragem cardíaca repentina é a principal causa de morte nos adultos. A maioria destas paragens ocorre em pessoas com doença cardíaca subjacente.

O SBV duplica a possibilidade de sobrevivência quando aplicada imediatamente em vítimas de paragem cardio-respiratória.

Cerca de 75% das paragens cardíacas ocorre em casa das pessoas.

A vítima típica de paragem cardíaca é uma mulher com seus 60 e poucos anos de idade e um homem com menos de 60 anos de idade.

A paragem cardíaca ocorre duas vezes mais no sexo masculino.

O SBV foi inventado em 1960.

Não há relatos de HIV transmitido pela respiração boca-a-boca.

Na paragem cardíaca repentina o coração vai de um ritmo normal para um ritmo de fibrilhação ventricular (FV). Isto acontece em 2/3 dos casos. A FV é fatal a menos que seja efectuado um choque eléctrico, chamado desfibrilhação. O SBV não resolve a FV mas prolongo o tempo em que a desfibrilhação pode ser eficaz.

O SBV fornece o sangue oxigenado ao cérebro e coração para manter a vítima viva até que chegue o desfibrilhador.

Se SBV for iniciado dentro de 4 minutos após o colapso e a desfibrilhação dentro de 10 minutos essa pessoa tem cerca de 40 % de possibilidade de sobrevivência.
1º minuto - 98%
4º minuto - 50%
6º minuto - 11%
Se as células do cérebro forem privadas de sangue oxigenado por mais de 4 a 6 minutos, as lesões a nível cerebral podem tornar-se irreversíveis.
Se este post salvar uma vida, este blog fez sentido!

1 comentário:

  1. Isto é, verdadeiramente, um blogue de serviço públiko eeeeee espero bem q n seja necessario mas, se for necessário já sei o q fazer ... ou pelo menos espero ter o descernimento de conseguir lembrar-me.
    Obrigada!

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